quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A operação mata-mendigos foi um processo de limpeza social.

TOPOGRAFIA DE UM DESNUDO de Teresa Aguiar conta a estória de um fato que abalou o início dos anos 60: a operação mata-mendigos. Esse episódio aconteceu no Rio de Janeiro, e culminou com a morte de vários moradores de rua, que eram presos, torturados e depois jogados aos rios Guandú e da Guarda. Alguns pesquisadores ligam as torturas a uma espécie de treinamento pelo qual estavam passando quadros da própria polícia, já que o fato aconteceu na ante sala do golpe militar. Mas o consenso é que o fato estava ligado à visita da Rainha Elizabeth ao Brasil.

Em 1972, Teresa Aguiar era professora da Escola de Arte Dramática (EAD) da USP e foi com um grupo de alunos apresentar O Rato no Muro de Hilda Hilst no Festival de Teatro de Manizales, Colômbia. Nesse festival foi apresentada a obra Topografia de um Desnudo do chileno Jorge Diaz, que escreveu a peça baseado numa matéria que saiu nos jornais do Chile sobre a operação mata-mendigos.

2 comentários:

vani disse...

Luana, boa tarde!
NO município de Londrina, a uns 10 anos atrás existia um barracão na Av Duque de Caxias, estava abandonado,como especulação imobiliária. Era ocupado pela população de rua. Inúmeras vezes enquanto militante do movimento nacional de meninos e meninas de rua (MNMMR) recebemos denúncias de violências naquele local por parte da polícia militaR, até morte ocorreu lá que até hoje não foi resolvida, tentaram de todas as formassssss tirar esta população de lá, até que finalmente tiveram que destruir o barracão, numa madrugada o barracão foi incediado e a população de rua esparramou-se pelos becos e vielas da cidade. Uma das pessoas que morava lá hoje é militante do movimento nacional de população de rua. Mora numa república e não aceita nem falar sobre o assunto. Então esta é uma prática social consolidada nesta nossa sociedade tão desigual.

Lg. disse...

Vani, minha cara... gostaria de usar a palavra certa, mas só me vêm sorte na cabeça, talvez fortuna (relembrando Maquiavel), não sei definir com exatidão a boa sensação que tenho ao conversar com você, ao ouvir seus relatos, enfim, participar como ouvinte dessa sua imensa luta nos diversos campos que se envolve e desenvolve seu maravilhoso trabalho. Como de costume você me apresenta um dado novo, algo que não entraria em contato caso não fosse pelas suas lembranças. Espero o almoço de domingo para ouvir mais relatos, talvez de vitórias, derrotas, absurdos, mas, sem dúvida, de uma luta séria pela humanidade, afinal, são as pessoas como você (envolvidas e engajadas) que tornam (gradual e lentamente) menos tristes as páginas da nossa história.