sábado, 17 de novembro de 2007

Nada nos humilha mais do que a coragem alheia.



Esse primeiro palpitar da seiva, essa revelação da consciência a si própria, nunca mais me esqueceu, nem achei que lhe fosse comparável qualquer outra sensação da mesma espécie. Naturalmente por ser minha. Naturalmente também por ser a primeira.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

.a tenção.



"Era brasileira, filha de lituanos, mas brasileira. De vez em quando, puxava um sotaque. Pintadíssima, sardenta, manchada como uma tordilha. Sempre que fazia o gesto, era um alarido de pulseiras, pingentes, colares, o diabo. Muito olhado, ele ia passando. E, de repente, na escada, começou a ter nojo, simplesmente nojo, da mulher. Em seguida, começou a ter nojo do cheiro do pai quando estava para morrer. Vinha descendo uma das mulheres. Madame deu risada:
- Vou namorar."
Nelson Rodrigues