quarta-feira, 30 de setembro de 2009

.Confidência sutil.

Não há duvida de que somos demasiado tímidos e medrosos, que escondemos a deslumbrante evidência, por inércia e submissão, de que o essencial sempre nos escapa e ainda é preciso partir à procura. No que diz respeito ao sexo, a mais inexaurível e impaciente das sociedades talvez seja a nossa.



.Correio Popular.

Vamo brincá de ficá bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê? E há escola e comida pra todos e há dentes na boca das gentes e dentes a mais, até nos pentes? E que os humanos não comem mais os animais, e há leões lambendo os pés dos bebês e leoas babás? E que a alma é de uma terceira matéria, uma quântica quimera, e alguém lá no céu descobriu que a gente não vai mais pro beleléu? E que não há mais carros, só asas e barcos, e que a poesia viceja e grassa como grama (como diz o abade), e é porreta ser poeta no Planeta? Vamo brincá...

.Economia ilegal.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

.Honduras "sob AI 5"


Os gorilas hondurenhos não deixaram direito algum por violar: assassinatos, torturas, sequestros, repressão a manifestantes pacíficos e indefesos, desprezo pelo quadro jurídico nacional e a legalidade internacional, ataque à embaixada do Brasil, censura da imprensa; enfim, a lista seria interminável.

domingo, 27 de setembro de 2009

.O homem tornou-se um animal confidente.

Na esfera mais cotidiana e nos ritos mais solenes: confessam-se os crimes, os pecados, os pensamentos e os desejos, confessam-se passado e sonhos, confessam-se a infância; confessam-se as próprias doenças e misérias; emprega-se a maior exatidão para dizer o mais difícil de ser dito; confessam-se em público, em particular, aos pais, aos educadores, ao médico, àqueles a quem se ama; faz-se a si próprios, no prazer e na dor, confissões impossíveis de confiar a outrem, com o que se produzem livros. Confessam-se, ou se é forçado a confessar?



sábado, 26 de setembro de 2009

.O problema não é de hoje.

Somos tentados dia-a-dia a demonstrar desconfiança aos modelos abstratos e puramente teóricos, questionamos a ciência e sua tênue linha com a proposição, mas, se algo nos incomoda de maneira tão profunda, devemos, ao menos, buscar meios para driblar o emaranhado de cientificismo e academicismo em vigor. O fato é: como?

Como aproximar a produção científica e, por conseguinte, seus teóricos, das necessidades imediatas? Pensemos senhores, a redoma pela qual se circunscreve inúmeros cientistas se mostra tão impermeável quando os problemas mais gritantes da modernidade. Façamos um exercício mental, como combater o chamado “círculo vicioso” da pobreza ou da riqueza, ou da miséria absoluta, se os trabalhos, as teses, se quer os reconhece como tais.

Se a equação estiver certa: “não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”, estamos no caminho. Resta saber quem e quantos são esses, um, dois, um grupo. Resta saber.

Lg



.Calar-se impõe o silêncio.


Eu conto os fatos como se produziram, tanto quanto posso lembrar-me deles; é só o que posso fazer, uma vida secreta não deve apresentar nenhuma omissão; não existe nada de que se deva ter vergonha..., nunca se pode conhecer demais a natureza humana.