quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

.O despertar da alegria.

Eu cresci em uma família que me ensinou a guardar dinheiro para uma possível necessidade, a me programar e a planejar as coisas para o futuro. Eu assisto meus pais (entra ano, sai ano) a adiar suas viagens e a se quer programá-las para poupar, poupar e poupar. Por essas e outras eu vejo o medo deles, e da maioria que são como eles, aliás não passa de preocupação, quando se deparam com filhos de ideais diferentes. Eu, como outros brasileiros, lastimei a tragédia aérea que ocorreu nos últimos dias, outra situação que destacou a nossa fragilidade e quanto os nossos planos podem ser interrompidos. Portanto, esse texto é sobre a equivocada fantasia do ser humano de ser eterno, de fazer planos infinitos e de projetar a felicidade distante demais. Às vezes demora pra chegar, às vezes não chega nunca, mas os planos não se esgotam. Planejam pensando na sociedade, na família, nos amigos, em tantos fatores que quando agrada um, desagrada o outro e, infelizmente, aquela vida sonhada vai se adiando. Alguns conseguem acumular coisas, outros nem isso, unindo-se à maioria que enterra seus sonhos junto com a vida breve e sem emoções.  Esses dados amparam a esperança depositada nas novas gerações, chamadas de imediatistas, X, Y, Z, etc. Sobre elas caem todo o peso de viver no presente coisas nem tão planejadas assim, sobre eles repousa a esperança de quebrar regras sociais e padrões de comportamento que tornavam a sociedade e seus indivíduos infelizes. São esses os protagonistas de hoje que dado um passo recebem a critica das gerações passadas simplesmente por planejarem menos e viverem mais. Mas esses protagonistas de hoje possuem uma missão dura, incompreendida e, arrisco dizer, ousada, de fazer aquilo que seus pais e seus avós não tiveram coragem, de viver o hoje sem fantasiar a eternidade e adiar a felicidade. Benditos os que conseguem chamar para si esse papel, que conseguem experimentar a felicidade das coisas, que olham para as gerações anteriores - como aprendizado - e que ensinam aqueles que outrora os ensinou a serem felizes.

LG