segunda-feira, 30 de julho de 2012

.Virei estrela! Decadente...


Flor do deserto, como digerir?

domingo, 15 de julho de 2012

. Era o merecido.


Querida,
Nossa. Dessa vez eu abusei da demora. Me fiz ausente. Se fosse eu (ansiosa que sou), já teria mandado um “escrevi algo errado?”. Mas, tenho justificativas ótimas, mesmo sabendo que você as dispensaria. Vamos lá. Eu estava no processo de escrever a carta para mandar e foi tardando até chegar hoje. Escrevi várias folhas, tenho muitos começos, mas o meio e o fim me empacaram. De hoje não passaria, ou carta ou e-mail. Pensei em enviar a carta com o livro para que você pudesse adiantar a leitura, assim teríamos, além dos outros assuntos que estão guardados aqui na cachola, os contos do livro para analisarmos sem pressa. Seu e-mail me caiu como uma luva, estava em um dia daqueles de questionamentos metafísicos, revisando os por quês das coisas em tom de autocrítica, mas, quando suas palavras chegaram uma parte expressiva das minhas preocupações foram soterradas. Devorei o e-mail, confesso que li algumas vezes. “...era uma felicidadezinha que eu principiava. Desde esse dia, por animação, nunca deixei de cuidar de meu estar. ROSA, G. Consegui comprar A Paixão Segundo GH no sebo, sempre quis e nunca conseguia, me recusava ler aquelas versões digitais. O que é aquilo? De dar medo eu diria. Tem parágrafos que quando eu termino fico indignada, pensando que eu queria ter escrito aquilo daquela maneira. Eu sei que você lê deitada! Uma vez eu fui, não sei se na sua casa, ou em uma casa que você estava hospedada, ou se era sua república, enfim, não me recordo, fui com as meninas jogar poker e lá estava você, no sofá lendo. Claro que eu não me lembro do que você lia, mas eu guardei essa informação do “ler deitada”. Você se recusou jogar com a gente e preferiu ler, acho que depois desse dia eu comecei a te paquerar em silêncio. São boas essas paqueras. Não compreendi o blog sem atualizações, está em uma fase de leituras, terminou Lygia, foi pra Clarice e nada? Deixa-me reformular a pergunta, falar em nada depois do nome dessas duas é um absurdo. Nada que pudesse compartilhar? Por aqui dia de projetos e aulas. Penso em ir na páscoa, estará por ai?
Uma carta de quase amor...
LG

quarta-feira, 11 de julho de 2012

.Um vento bateu.


Talvez fosse mais culta que eu, estou admitindo. Beckett. Só conhecia uma leitora dele, minha querida musa de mãos finas. Mas ela era também leitora dele! Comprei na companhia da minha outra querida musa dos seios de gota. Incomparáveis. BECKETT. Molloy. Quantas musas senhores. Acabo de ter a brilhante ideia de demitir o Alfred, ainda mais agora que estou longe dele e não me serve pra nada. Uma mulher no lugar seria essencial. Como não pensei nisso antes, uma mulher servindo, limpando, agachando para limpar o cantinho da sala, aquelas meias sensuais. Ando, ando, ando. Preciso providenciar o uniforme e as contas. Gosto do Alfred. Tenho confessado meus gostos aqui. Mas uma mulher de saia limpando a cozinha toda molhada, ah! Escreverei: Alfred, muito obrigada pelos serviços prestados, caso precise de uma indicação para o novo trabalho, conte comigo. Deixarei dobrado o bilhete com a carteira assinada e uma recompensazinha. Ficarei a tarde toda, a noite toda, a semana inteira fora, para evitar seus olhos de cão. Aquela dor sofrida. Tudo por uma mulher! E como explicar para a outra patroa? Direi: mulheres são mais detalhistas, ela era uma indicação, amiga de uma tia velha, não teve como negar. E ela dirá: estou com dor de cabeça, falamos disso depois. Vai subir as escadas sem me olhar, tomar o remédio, se cobrir, e fingir que dormiu em 5 minutos. Não vou puxar assunto. Talvez devesse subir, explicar melhor a troca de Alfred pela bonitona, não, bonitona não, responsável e detalhista empregada. UNIFORMIZADA. Não esquecer! Quantos problemas com essa demissão. Devo voltar, resolver isso, culpar o Alfred de tudo e diminuir seu ordenado. Alfred não é sexy, é só o Alfred. A patroa é sexy! Fechei a persiana, pedi um copo de whisky, trouxeram do melhor. Nota: estou em Passargada. O escuro e a bebida ajudam a demitir a patroa, colocar uniforme no Alfred e fazer o Beckett agachar no cantinho. Hilst entenderia: “por favor, tudo isso tem sentido, tem sentido tudo o que aparentemente não tem sentido, e tem sentido também tudo o que realmente não tem sentido? Ah, eu queria ter sentido”. (HILST, 2003, p.39) Betha ia aplaudir essa bunda! Estou íntima de tantas musas, escreverei sobre isso. Estou firme, preciso ir ao centro da cidade. Boa tarde!
LG

terça-feira, 10 de julho de 2012

.A divina tragédia.


Nas primeiras páginas do livro estava algo assim: o cão vermelho, o cão verde, a viagem do cão. A viagem do. O tema ‘a viagem’ parece frutífero, depois, qualquer dia, talvez volte ‘o cão’. Queria mesmo voltar falar do sonho, agora todos evoluídos. Bethânia aparece nele toda Iluminada. Sem roupa. Para alguns a imagens pode não ser tão gozante. Garanto que era. Embora pudesse utilizar o recurso machadiano e começar o texto do fim, adiantando os sonhos, ou tornando-os realidade, é necessário começar pela viagem. Quantos contratempos senhores, estilhaços de vidros, capôs amassados, carros empilhados, gritaria, raiva, choro, uma situação dantesca. E tudo culpa de um terceiro. Os anéis do inferno em 30 minutos, a perna ainda verde. Não o cão verde, a perna verde. Achas que inventaria o cão? Pois veja: “uma imagem bonita seria: o cão vermelho passeia suas patinhas no gramado molhado. Ou então: o cão verde passeia as suas patinhas no gramado vermelho. O cão passeia. As suas patinhas molhadas”. (HILST, 2003, p.38) Achas que inventaria o acidente? Antes fosse. Todos envolvidos, sem defuntos. ERRATA: se não consta defuntos, não pode ser considerado tão dantesco. Aquela outra sumida gosta de erratas. Eu gosto dela. Eu gosto de seguradoras, pagam tudo, mas não tiram o verde da perna. Logo sai. Não é bom viajar trechos longos sem um acompanhante. Alfred não quis vir, ninguém veio, você se distrai e pluft: morre! E morre mesmo porque você sente aquele frio na espinha, tampa o rosto e pensa: pronto, virei merda! Depois você abre o olho e descobre que ainda está ali, só não sabe que vai ficar verde por uns dias. Logo sara. Pessoas iluminadas e sem roupa ajudam a sarar, contribuam.
LG

quarta-feira, 4 de julho de 2012

.Eu não sou daqui também marinheiro, vim só dar despedida.


Filho de sol poente, quando teima em passear, desce de sal nos olhos doente da falta de voltar.

terça-feira, 3 de julho de 2012

.Meus sonhos foram todos delirantes.


Senta aqui Alfred! Olha, se os sonhos não fossem secretos hoje estaria presa, acorrentada nos porões da razão e torturada pela realidade. Quem diria. Deveria contá-los, todos, tudo, aqueles personagens-drama, aquelas mulheres-lisas, aquilo de liquidez? Ah! Alfred, tudo tende a se complicar, porque não vira todos de todo mundo? Igual aquele programa que vimos, todos felizes, emprestando suas mulheres, trocando os maridos. Que coisa estranha, não? Não era isso que se passava no sonho, era coisa mais grudada, íntima de dois. Tinha até uma piscina, era muita liquidez. O que será o contrário do amor? Deve ser isso ai, piscina. Pessoas sedentas se contorcendo. Esse também não era o sonho, só tinha uma pessoa e uma piscina. Não tinha contorcionistas. Era calmo, mas não era simples. Acho que também não era calmo. Alfred, suspende o garoto que limpa a piscina todas as terças. Não gosto de piscina. Uma frescura essa que desenvolvo de não gostar das coisas. Aos 50 estarei sozinha e com você, se a inflação não te levar daqui. E não me olhe com essa cara que entendeu o sonho, não era para entender nada. Era só para dizer que tive um sonho, coisa de fantasma e de piscina. Fantasma veio agora na cabeça. Como sonho. Sonhos e lugares que desaparecem. Isso é um texto dentro do sonho, ou um sonho dentro do texto? Ah, que difícil. Só sei que não é um sonho de texto, mas é um texto sobre o bendito. Bendito e Fantasma são dicotomias novas. Vai falar delas? Não, cansei por hoje, vou dormir e tentar encontrar a piscina. Me traga um chá relaxante.  
LG

domingo, 1 de julho de 2012

.Rodando a minha saia eu comando os ventos.

A força que se espalha de alguns movimentos
Que eu sei desfazer e refazer
Quem pode compartilhar dos meus sentimentos
Na hora que o refletor bater?