terça-feira, 3 de janeiro de 2012

.Não te ponhas assim toda espremida.

Andou como a rainha até a varanda, nem me olhou, as mãos nas mangas enfiadas, tentei abraçá-la por trás, as mãos na cintura, encostei meus cabelos nela, empurrou-me altiva usando os cotovelos. Larga-me menina. Tinha os olhos tão ferida, a boca molhada de lágrimas, dizia guturais incompreensividades. Que não! Não te ponhas assim de soledade, soluço, me dizia aos trancos, porque te fiz de mágoa, mas também te fiz de quentura, luzente de graça, tão pequenina que não era nada, depois você aprendeu que os velhos têm garganta gemedora, mas que no mais das vezes é porque a vida esvai-se.

Nenhum comentário: