Pequeno estrago de cabelos cortados que depois crescerão, coisa de nada. Segui pensando nela. Depois vi um filhote despencado de uma árvore de flores amarelas, subi ao tronco e coloquei-o novo no seu ninho, demorei-me no atalho de formigas e ajudei uma gorda ruivosa a carregar sua folha segurando de leve a ponta esverdeada, ai, deve ter pensado a pobrezinha que por um tempo a folha fez-se leve, e não continuei muito tempo a ajudá-la porque pensei quanto mais leve agora, depois no seguir do caminho e sem mim, ai, muito mais pesada.
Senti-me viva e generosa e boa, quase sacramentada, quase santa...
Hilst, H. Tu não te moves de Ti. SP: Globo, 2004. (p.98)
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