segunda-feira, 31 de agosto de 2009

.Rasga o sufoco da noite.

Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!

.Que de tão verdadeiro, machuca.


A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

.Eu vi o Tempo.


É necessário agora que eu diga que espécie de homem sou. Meu nome, não importa, nem qualquer outro pormenor exterior meu próprio. Devo falar de meu caráter. A constituição inteira de meu espírito e de hesitação e de dúvida. Nada é ou pode ser positivo para mim; todas as coisas oscilam em torno de mim, e, com elas, uma incerteza para comigo mesmo. Tudo para mim é incoerência e mudança. Tudo é mistério e tudo está cheio de significado.

sábado, 29 de agosto de 2009

.Idealizando.

Não me importo de esperar vinte minutos com a mão na maçaneta enquanto diz que já está pronta para trocar novamente de vestido. Não me importo de esperar chegar em casa para que me diga quem é o amigo que a abraçou efusivamente na festa. Não me importo de esperar as longas conversas de sua mãe sobre o meu temperamento. Não me importo de esperar que volte das lojas com as sacolas dentro das outras sacolas para parecer que gastou menos. Não me importo de esperar quando arruma o armário e doa metade das roupas. Não me importo em esperar que encontre a roupa que já deu na semana passada. Não me importo de esperar que devolva as cobertas que rouba para seu lado de noite. Não me importo de esperar você nunca me retornar ligações depois das reuniões. Não me importo de esperar sua TPM. Não me importo de esperar o melhor momento para viajar. Não me importo de esperar que venha de repente nossa música no rádio. Não me importo de esperar as revelações de fotografias de sua máquina antiga. Não me importo de esperar o embrulho de um presente. Não me importo de esperar suas discussões de fim de noite. Não me importo de esperar seu beijo de café cortado. Não me importo de esperar sua ressaca depois da dança.

O que desejo dizer é que não precisa se apressar. Nunca chegará atrasada...

.Conhecimento.


Sempre surge alguém com quem você nunca sonhou. Um homem poderia viver em sua solidão toda sua vida. Sim, ele poderia. Ainda assim ele teria que conseguir alguém para cobri-lo de terra depois que ele morresse embora ele pudesse cavar sua própria sepultura. Nós todos temos.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Readaptação

E de repente eu estava ali, de volta.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

.Vamos revelarmo-nus.


Está claro que não romperei esse muro com a testa, se realmente não tiver forças para fazê-lo, mas não me conformarei com ele unicamente pelo fato de ter pela frente um muro de pedra e terem sido insuficientes as minhas forças.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

.Atrás de alguma paz.


Rompe a manhã da luz em fúria a arder
Dou gargalhada, dou dentada na maça da luxúria
Pra quê?
Se ninguém tem dó, ninguém entende nada
O grande escândalo sou eu aqui, só.

.Eu já arranhei minha garganta toda.



Eu marquei demais, tô sabendo
Aprontei demais, só vendo
Mas agora faz um frio aqui.

.Me responda, tô sofrendo.


Agora, nada de machado e sândalo.
Você que traz o escândalo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

.Vamos Hildahilstiar.


Ouvi dizer: Isso não é conveniente!


Disse: Mas isso não aguça seu interesse?


Quem disse que as coisas não podem acontecer por conveniência. Façamos uma reflexão, parece-me que “conveniência” é uma palavra que compreende muitos significados. Algumas pistas, algumas entonações, expressões, contatos, fazem elevar a imaginação por “muitos caminhos”. Assim, digo que: o leitor não precisa compreender, entretanto, se for abstrair, escolha pouca luz.


lg

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

.Historiador.

Afugentar do presente os demônios da história. Quer isto dizer, em outras palavras, que a lúcida inteligência das coisas idas ensina que não podemos voltar atrás e nem há como pretender ir buscar no passado o bom remédio para a miséria do momento que corre.

Gostaria de citar certa passagem de Goethe, também evocada por Croce, segundo a qual somente valia a pena conhecer o passado para libertar-se dele.

GOETHE. Fausto. Rio de Janeiro, Instituto de Progresso Editorial, 1949.

.Vidas que viraram inferno.

Fumante, passageiro de ônibus fretado e cotinthiano.

só falta pegar gripe suína.

.Será que vem ansiosa, será que vem devagar.



Será que Cristina volta, será que fica por lá
Será que ela não se importa de bater na porta pra me consolar
Noite dia me pergunto, meu assunto é perguntar
Será que Cristina volta, sei lá se ela quer voltar

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

.Conforme as pessoas vão ficando mais inteligentes...

O cristianismo nos afirma que há um homem invisível, que vive no céu e vigia tudo o que fazemos, o tempo todo. O homem invisível tem uma lista de 10 coisas que ele não quer que a gente faça. Se você fizer qualquer uma dessas coisas, o homem invisível tem um lugar especial, cheio de fogo, fumaça, sofrimento, tortura e angústia onde ele vai lhe mandar viver, queimando, sofrendo, sufocando, gritando e chorando para todo o sempre. Mas ele ama você!

.Muito distinta.


Por isso
Mata-me apenas em sonhos.
Podes dormir em fúria pela eternidade
Mas acordado, ama. Porque a meu lado
Tudo se faz tarde: amor, gozo, ventura.

sábado, 8 de agosto de 2009

.Destruíram os trigais e os povos morrem de fome.

As frases perdem seu sentido, as palavras perdem sua significação costumeira, como dizer das árvores e das flores, dos teus olhos e do mar, das canoas e do cais, das borboletas nas árvores, quando as crianças são assassinadas friamente? Como falar da gratuita beleza dos campos e das cidades, quando as bestas soltas no mundo ainda destroem os campos e as cidades?

Como falar, então, da beleza, dessa beleza simples e pura da farinha e do pão, da água da fonte, do céu azul, do teu rosto na tarde?

.Lassa agora, sangue, vinho.


Deus pode ser a grande noite escura
E de sobremesa
O flambante sorvete de cereja.

Deus: Uma superfície de gelo ancorada no riso.


"Se isso for Deus ok."

.É crua a vida. Alça de tripa e metal.

Também são cruas e duras as palavras e as caras
Antes de nos sentarmos à mesa, tu e eu, Vida
Diante do coruscante ouro da bebida. Aos poucos
Vão se fazendo remansos, lentilhas d’água, diamantes
Sobre os insultos do passado e do agora. Aos poucos
Somos duas senhoras, encharcadas de riso, rosadas
De um amora, um que entrevi no teu hálito, amigo
Quando me permitiste o paraíso. O sinistro das horas
Vai se fazendo tempo de conquista. Langor e sofrimento
Vão se fazendo olvido. Depois deitadas, a morte
É um rei que nos visita e nos cobre de mirra.
Sussurras: ah, a vida é líquida.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

.Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
" - Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
- Um colar... - Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"

.Eu sou eu e as minhas circunstâncias.



Todos os homens voltam para casa. Estão menos livres, mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

.A ousadia tem em si genialidade.


Nunca tive muita paciência. Não que algum dia tenha sido essa minha vontade.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

.E tenho muito mais o que fazer.


Não sei se preguiçoso ou se covarde,
De baixo do meu cobertor de lã,
Eu faço samba e amor até mais tarde,
E tenho muito sono de manhã.



Não se afobe não que nada é pra já.

.No colo da benvinda companheira.

Se eu disser que o desejo é eternidade

Porque o instante arde interminável

Deverias crer?

E se não for verdade

Eu faço samba e amor a noite inteira,

Não tenho a quem prestar satisfação.