Nota desconexa: ontem quem levou a madrugada foi Midnight in Paris, anotei novamente a necessidade de ler O Velho e o Mar. Hoje Anne Hathaway com One Day me deixou com vontade de aprender a nadar e andar de bicicleta, andar de bicicleta eu sei. Bom dia Hilda Hilst!
Tinha as mãos cheias de pequenas flores amarelas, olhei-as como que perguntando para que serviriam, porque tão rente às flores é que lhes haviam amputado o comprido cabo, me parecendo por isso inadequadas às jarras da casa, e Haiága adivinhando pôs-se de costas para mim e um tom de naturalidade tão naturalíssima deu à frase, à frase esta – para pôr ao redor do que se vai comer – como se fosse corriqueiro entre nós naquela casa enfeitar as comidas e tolo o meu perguntar, com algum cansamento: ah sim, como aqui se faz sempre.
Hilst, H. Tu não te moves de Ti. SP: Globo, 2004. (p.107)
2 comentários:
Ah, minha amada
De olhos ateus
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus.
Bethânia cantando essa canção é algo suplime.
Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus
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