Não estava brincando quando disse que quanto a mim as coisas sempre chegaram pelo correio, cartas, vinhos, poesia, felicidade encaixada, sorrisos, mas hoje fui surpreendida com flores. Repito: quanto a mim as coisas sempre chegaram pelo correio. Perfume para a casa nova. Decoração para o quarto vazio. Cor para os meus olhos. Quanta satisfação. E de onde surge? Por que me tiras da cama o carteiro com aquele amarelo-azul-surpresa? Talvez porque esse meu jeito de ser recusa certos exibicionismos, pensarei assim. Vou passar meu café e contemplar... Só minhas!
Quem sou, sinceramente, estudante de sociologia, daquelas pessoas que para sempre terão que conviver com a pergunta da vizinha: mas o que você faz mesmo? Leitora viciada e jogadora de xadrez aposentada.
Nasci para escrever. A palavra é meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que, foi esta que eu segui. Talvez porque para outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós.
Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas" Clarice Lispector
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