Tu é como se o vento, a terra, a dura cartilagem, em saliva e cheiro me tocassem, tubas, flautas. Deve ouvir Mussorgsky, sem sonatas, nem trios, nem quartetos de cordas, só vida, palpitação. Se pudesse esquecer, teias, torsões, sentir a minha mão sem o teu vivo-morte, te acaricio apenas, olha, é a mão, vê que simples, mornura, te acaricio apenas, e tua pele, teu corpo, vai sentir a minha mão como se a água te circundasse, não sou eu experienciado em ti, me vês como nunca me pude ver. Não é bom? Fecha os olhos procura imaginar o vazio, o azul seboso, pequenos tombos.
HILST, H. A Obscena senhora D. SP: Globo, 2001. (p. 62)
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