quinta-feira, 6 de outubro de 2011

.Você gosta disso né Antônia.

O coração disparado. A mulher vigia. Dentro dela, estufados, uivam os cães da memória. Aquela noite, o luar, o vento no rosto e a vontade a cavalo, se ela cavalgasse. A vontade no fogão cantando, os zangões, a poeira, o pouca ar. Ladra meu sonho insone, em saudade, vinagre e doçura. Em saudade, seu cabelo desalinhado enquanto acorda.

LG

4 comentários:

Souaquela disse...

Essa é sua por excelência: "sou o cheiro dos livros desesperados... você não me pega, você nem chega a me ver". Por onde começo procurar? Posso "tersido" e querer continuar "estarsendo", se eu hildahilstiar posso ser Antônia, Bethânia, Carlota, Capitu? Vem comigo, é só dizer sim.

Lg. disse...

Demorei a aceitar porque precisava ter certeza, agora que tenho fica mais fácil. Nossos sins não são tão aleatórios quanto pode parecer, entretanto, uma proposta dessa, vinda de figura tão notável, é provocante. Pena não haver sintonia alguma, por isso talvez eu me encontre sempre nos mesmos lugares, os quais você não consegue achar.

Gio. disse...

O que foi verdadeiro, sempre será. Se um dia negamos, foi pela dificuldade sempre humana de lidar com raízes. Mas também como o negar, o assumir, hora ou outra, sempre humanamente vem à ordem do dia. Sim. Aleatório? Vez ou outra, mas nunca aleatório surgido do fundo da alma. Este pressuposto, só os poucos "sins" de nossas vidas. Aqueles que determinam, de fato, a ordem do nosso dia. A "figura tão notável" pode seroutra, outras, demais, mas jamais AQUELA. Não será Antônia, Bethânia, Carlota, Capitu. Sabe por quê? Porque o sim já não é mais aleatório quando assumido o pressuposto do íntimo, da verdade, da pureza, do amor. Helena, o coração dispara com uma intensidade tão velozmente incômoda e satisfatório. Para além dos nossos discursos, palavras sobre o papel em branco, está o nosso ser/estar. Aquela sintonia digna de romance. "Você gosta disso né Antônia". Me parece que eu tenho gostado cada vez mais disso né Helena.

Lg. disse...

Seus traços marcantes. Sempre estendendo sua teia, pegando um pouco daqui, pouco dali e me emaranhando. O poder de concentrar todos os sins nada tem a ver com o aleatório, é sintonia, né Antônia? É aquelas coisas de dentro que não se explicam, aquela vontade de abraçar só para sentir que o tempo para e “nós” não somos ninguém, ou somos apenas o que queremos ser, ou não queremos NADA, o abraço toma conta de TUDO.