quinta-feira, 13 de outubro de 2011

.Já é hora.

Deitei críticas severas ao quadro. A dona da casa serviu o café com uma expressão de profunda reprovação no olhar e deixou a sala, e logo o marido confessou-me, um tanto encabulado, que o retrato de Goethe pertencia à esposa e era considerado, por ela, uma de suas mais caras relíquias. – Peço-lhe mil perdões, ao senhor e à sua senhora; diga-lhe, por favor, que sou um esquizofrênico. E agora, se me permite, está na hora de retirar-me. Retirei-me. O meu interior arreganhava os dentes com ironia.


HESSE, H. O lobo da estepe. RJ: Record, 2007. (p.93)

Um comentário:

Anônimo disse...

http://sobsuspeitas.blogspot.com/2010/03/hilda-hilst-hermann-hesse.html