quinta-feira, 13 de outubro de 2011

.Da escrita.

O texto nasce da madrugada em claro, em momento de inspiração pungente. A dúvida quanto ao construir da escrita é sempre a mesma, cria um personagem ou escreve corrido o momento que pretende captar? Ocorre que os clássicos criam seus personagens, enquanto aqueles que engatinham devem gastar o tempo comentando. Devem? Como em outros espaços virtuais, tendo esse de parâmetro, nota-se que os textos do autor quase sempre são recebidos com menos entusiasmo do que os fragmentos postos, os comentários dão o tom. Natural. Entretanto, cabe uma análise, digamos que o resultado seria algo parecido com a seguinte situação: alguns puxam a fila daqueles que medem as passadas. Pois bem, falta o que, ousar? Falta um vasto vocabulário? O que os clássicos possuem para se afirmar? Uma boa biblioteca e cabelos brancos? Momento histórico fervilhante e um amigo editor? Uma mulher paciente e bebidas no escritório? Sobrenome? Morrer? É necessário morrer? Fomos ensinados que as circunstâncias criam seus ídolos, e que a genialidade e a vocação nem sempre determinam o número de leitores. Ser um clássico é se reconhecer um, ou ser reconhecido? Talvez se nos concentrássemos em escrever algo, ao invés de escrever sobre o escrever, se nos bastasse escrever para nós e para os poucos que nos importa e se deixássemos a lógica do lucro e o estrelismo de lado, o ato de escrever se justificaria sem a necessidade de condecorações. Reflita leitor, durma bem.

LG

Nenhum comentário: