sábado, 8 de outubro de 2011

Eu não era eu. Respirei os pesos. “Agora, agora, estamos perdidos sem socorro". Inventei na mente.



É preciso mais do que coragem para abandonar a sexta e ver deitar o sábado. É preciso aquela boa dose de você, aquele exercício repentino de olhar para as coisas e reconhecê-las, de gostar do que vê, de querer ficar. Há dias que pensar o de fora acarreta em uma boa dose de enjôo. Apenas isso. Há dias assim, falsos moralistas. O momento de querer ficar só faz com que você não crie sorrisos, não se esforce para o pouco, quando o muito está nas noites que não foram. É preciso torcer para que chova, para emplacar uma desculpa. Parece fácil, mas não. Fácil é o momento isolado, ou isolante? (pense nisso). Necessita-se de uma boa música, ai se suporta. Dentro das melodias, e para além delas, acredita-se no silêncio e na pouca luz. Dentro do copo, acredita-se em tudo. Dentro do livro, acredita-se nas partes. E dentro do que se reflete, acredita-se em que? Já que se perdeu a corja dos ouvintes, descartados. Não choveu. Acredita-se na reflexão do refletido, é isso, nada de conjecturas. Alguns não compreendem o que significa refletir e já acreditam, deve ser mais fácil. É desses que se corre nas noites, sejam essas quais forem. Deve-se acreditar naquilo que pensaram para nós, ou acredita-se na reflexão do já pensado? Cansativo essa divagação, mas não deixa de ser pontual, muitos tomam como verdade absoluta manuais seculares, papéis passíveis de múltiplas revisões. Acreditam, lutam, convencem pessoas a lutarem. Depois disso, você não acredita e não luta, nessa situação será julgado como aquele que não reflete, quando na verdade, preste atenção, é o contrário. Você não lê, acredita e luta. Você deve ler, refletir, julgar, acreditar se for possível e lutar. O caminho é tão mais ardiloso. Qualquer semelhança com algumas posições teóricas não é mera coincidência, pois, enquanto esses adaptam conflitos as especificidades alheias, quando desconsideram caminhos e particularidades, ou deixam de refletir, ou deixam de passar mais tempo sozinhos, ou se aglutinam em grupos de verdades produzidas, enquanto isso, as coisas permanecem como estão. Seria bom tirar um momento para beber e que esses momentos resultassem em reflexões menos científicas, mais literárias, mas hoje não deu. Se você não entendeu nada, não fique triste. Muitas pessoas apenas fizeram o Mobral (informe-se) e só sabem ler, não sabem interpretar. Se você é um desses, é porque faz parte de uma estratégia triste da realidade brasileira, cuja situação é desinformar o máximo possível da população e torná-los analfabetos funcionais. Se você não se considera analfabeto, mas, mesmo assim, não entendeu, está na hora de abandonar esse curso técnico e ir fazer algo que valorize a sua capacidade de reflexão. Se você não leu, não vai ler, e está na balada, parabéns. Que todos tenham uma boa missa amanhã e rezem pela alma da Hilst, (se sobrar tempo, rezem pela minha também).

LG

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