sexta-feira, 21 de outubro de 2011

.Tudo vale.



Por causa de um gesto meio desajeitado, uma falta de sincronia, em vez de cumprimentarem-se como amigos, com dois beijos castos nas maçãs do rosto, as suas bocas se tocaram, em frente ao portão da casa dos Della Rocca. Ernesto lhe pedira desculpas, mas depois colou outra vez seus lábios nos dela, e Soledad sentiu toda a poeira que estivera depositada sobre o coração durante aqueles anos elevar-se num turbilhão e acabar nos olhos.

Paolo Giordano in “A solidão dos números primos”


2 comentários:

Anônimo disse...

Você faz tudo que faz e ainda escreve e tem um blog, é impossível.

Anônimo disse...

Impossível não é!
Se fosse não faria...
Mas é bem improvável passar pela vida sem conhecer LUANA e achar graça nisso!
Como um turbilhão também senti a poeira elevar-se...