quinta-feira, 25 de abril de 2013

.Tanta lembrança esse carinho trouxe.



Quando entrei em contato com Chico Buarque já era 2004, depois disso comecei a entender o oculto das suas canções, as provocações políticas, antes não percebia nada disso. Fiz laboratório e busquei interpretar suas canções por mais de quatro anos, quase todos os dias. Era um delírio, Chico era inatingível. Mas, dentre todos seus discos, um me chamava muita atenção. Não percebi de imediato, mas me tocava. Quando em 2006 criei isso aqui Chico já estava em mim, seus poemas, suas músicas, seus autores preferidos, enfim... Em 2008 o pai de Chico inspirou meus estudos e estava tudo entre família. Era uma doçura descobrir as particularidades do pai e imaginar a infância do filho. Até que aquele disco de antes, despertar de muitas emoções, revelou seu mistério e me tirou da mira direta da família Buarque. O disco, a voz, a emoção, a entonação feminina era o diferencial, era o momento ápice do dueto, era Maria Bethânia. Mudei rapidamente o foco, agora era ela e depois dela era ele, inverteu-se tudo. Deveria ter estudado a mãe dela, mas como não me dou com antropologia e questões religiosas, muito escaparia. Ai virou essa coisa louca, Bethânia no seu devido pedestal, ao lado de Hilst, com outros ao redor. Nota: como foi bom descobrir um poema da Hilst cantado por Bethânia, foi quase mentira ouvir, foi um momento impar, coisa de orgasmos intelectuais, malabarismos da mente, coisa boa. Singularidades da formação de cada um, que muitas pensam que não, mas pesa.
LG

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