segunda-feira, 11 de abril de 2011

.Desimportou-se com aquilo.

Bebeu muitos cafés, deixando restos no fundo das xícaras. Exaltou-se, ausentou-se. No intervalo da ausência, distraía-se em chamá-la também, entre susto e fascínio, de A Grande Indiferença, ou A Grande Ausência, ou A Grande Partida, ou A Grande, ou A, ou. Na tentativa ou esperança, quem saberia, de conseguindo nomeá-la conseguir também controlá-la. Não conseguiu.


ABREU, Caio Fernando. Morangos Mofados. RJ: Agir, 2005. (p.77)

Um comentário:

Pensatriz disse...

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!