terça-feira, 12 de abril de 2011

.Descobri que ela amava MUITO os filhos.

“Coitada, ta passada já”. HH

Eu não sei, eu não consigo. Escreve! Suspiros. E você pode ir incrementando na medida que você achar que deve, mas não esqueça que é meu o texto e que a chuva parou e que ninguém dormiu. E que ninguém compactua dessa nossa loucura madrugada adentro e que eu queria gritar ao mundo que odeio cachorro. Ai, ai. Digita! Clarice acordava cedo. Posso continuar contando? Clarice acordava cedo, escrevia e parava lá pela tarde. Ainda teve filhos. Falando nisso, em Clarice ter filho, nunca ninguém fala nada dos filhos dela. Devem ser tão amados como o Matarazzo, o Jaime, filho daquela louca da Maysa. Devem? Quantos? Até essa hora acordadas e nenhum café. E também nenhuma conexão. Acabou? Depois de tanta linha do Caio e a gente só tem isso? Esse barulho de digitar incomoda, talvez porque é cedo! Ai, ai, ai. Pode parar! Pára e fala comigo, porque se você não parar e falar comigo eu vou gritar de novo que eu odeio cachorro e as pessoas que não tiverem acordado vão acordar. Clarice não tinha manuscrito, já escrevia e digitava, poupava o outro trabalho. Hilst tinha manuscrito. Tantos manuscritos que aquele editor, o Alcir, mal conseguiu organizar. Posso ficar aqui falando o dia inteiro. Silêncio. Tem que lembrar de mais gente, não só da Clarice, da Hislt, do Caio. Tem que lembrar do Guimarães, mas o Guimarães também já está no meio dessa patota clichê. Até daria para lembrar do Bukowski, mas essa hora da manhã o Bukowski estaria dormindo, bêbado. Coloca assim: é lembrando de tanta gente que a gente se esquece. Acho que deu!

LG

Um comentário:

Lg. disse...

No início dessa conversa, Paulo dizia-se emocionado ao falar de sua mãe, e contente por saber da importância de sua obra. Disse do agradável convívio que Clarice tinha com ele, Paulo, e com seu irmão Pedro: “Mamãe se preocupava muito com seus filhos. Nossos deveres escolares, nossas amizades, nossa alimentação tinham sempre sua supervisão. Ao mesmo tempo criou-nos com muita liberdade. A característica principal foi inspirar sempre muita criatividade. Jamais nos cerceou”.