As lhamas jamais se deixam amarrar nem maltratar; nem aceitam ordens. Se alguém bate nelas, as insulta ou ameaça, as lhamas se atiram no chão: erguido o longo pescoço, viram para o céu os olhos, os mais belos olhos da criação, e suavemente morrem. Megalômana que sou, ressentida, me sinto lhama. Lama também.
Eduardo Galeano (IN) HILST, Hilda. Cascos & Carícias & outras Crônicas. SP: Globo, 2007. (p.305)
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