Não se iluda negão, o ano só virou na tua cabeça, é tudo abstração, tu não vai ficar milionário. O mundo continua o mesmo, vai preparando o bicaço para beijar o fiofó do demo. Hilst Daí os jornais nacionais são apresentados na frente da escola pública (acho que pela primeira e única vez) e o governador declara uma semana de feriado. Interroga-se a menina Jade: "menina Jade, conte como o assassino atirou na cabeça das crianças"; "menina Jade você viu as entranhas dos alunos aniquilados?"; "menina Jade fale-nos sobre o grito de dor das crianças alvejadas". Tudo porque é muito perigoso descer a raiz dos problemas.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
.Arder em chamas ou morrer em fogo baixo?
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2 comentários:
O problema é que vem o governador e em um discurso inflamado começa a adjetivar o assassino, depois de minutos passa a elogiar a polícia, “porque o tenente x é um herói”, “a inteligência desse homem que atirou nas pernas para não matar o psicopata”, “a polícia não matou o assassino, ao cair ele se suicidou”, “não sabemos como isso aconteceu, vamos investigar a segurança da escola”. Vai investigar a segurança da escola? Desde quando escola tem que ter segurança? “Uma semana de luto ao Estado do Rio”. Isso mesmo! Continuem adiando o combate aos problemas estruturais e divinizando as ações militares. Continuem martirizando indivíduos isolados do processo que germina milhares deles a cada semana. Se todos extravasarem seus ódios o Rio viverá um eterno feriado, seguido de outras províncias, países, até parar o mundo. Porque talvez decretando feriado e condecorando a polícia passe a florescer em cada coração angustiado uma idéia de pertencimento a essa sociedade igualitária e libertária, cheia de solidariedade, né Sarkozy. Enquanto isso nossa vida segue, porque os eternos feriados só serão vividos pelas mães que se entupirão de remédios, se recolherão em seus quartos e morrerão lentamente as mínguas.
Caloroso seja o silêncio de indignação, concordância e admiração.
Na ordem que você preferir.
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