sexta-feira, 26 de março de 2010

E por que haverias de querer minha alma na tua cama?

Se tu ausentas há paredes em mim. Friez de ruas duras. E um desvanecimento trêmulo de avencas. Então me amas? Te pões a perguntar. E eu repito que há paredes, friez. Há movimentos, e nem por isso há chama. Desejo é um Todo lustroso de carícias. Uma boca sem forma, um Caracol de Fogo. Desejo é uma palavra com a vivez do sangue e outra com a ferocidade de um só amante. Desejo é outro. Voragem que me habita.

HILST, H. Do Desejo. SP: Globo, 2004. (p.24)



4 comentários:

Anônimo disse...

Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.

Anônimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=FO4Po8XbsCo

Pra você!

Lg. disse...

Gosto mais desse Paty...
http://www.youtube.com/watch?v=49QezUC-ccw&feature=related

Anônimo disse...

Porque amo-te, Capitu.