terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Eu só entendo de paixão, e paixão é intraduzível.

Indescritível, você quer dizer também. Paixão é aquele lago que dá medo, lembra? O lago Averno sei. A entrada do Inferno. Aquele. Entrei nele uma vez. Fiquei gigantesco e rubro. Cresci e quem era? Ele ou ela? Ela. Estupenda, esguia, mão pequeninas. Estanho. Por que? Não parece passional? Você é mesmo um idiota. Paixão é isso. É não saber porque. E ai? Ai que eu quase morri. Perdi o caminho do de dentro de mim.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oh! que sentimento corre minhas veias quando, por acaso, um dedo meu toca em um de Carlota, quando os nossos pés se encontram debaixo da mesa! Eu os retiro tão rapidamente como se fosse de um fogo, e uma força oculta, a meu pesar, os torna a aproximar: tão violento é o delírio que se apossa de todos os meus sentidos. Ai! a sua inocência, a liberdade de que goza a sua alma, não lhe permitem sentir os tormentos que estes pequenos sinais de amizade e familiaridade me fazem sofrer; principalmente quando em conversação ela Poe a sua Mao sobre a minha mão, e que por efeito do interesse que lhe causa qualquer narração se aproxima de mim e me faz respirar o mesmo sopro celeste que sai do seu peito: então parece que sou ferido de um raio. E, Guilherme, esta felicidade celeste, esta confiança, se eu me atrevesse... Tu me entendes, querido amigo. Não, o meu coração não está tão corrompido. Ele é fraco! muito fraco! e isto acaso não é um grão de corrupção?

Marcelo Birello Marchi disse...

No fundo, acho que paixão é isso: perder-se e depois se encontrar. Porém, na fase do encontro, você pode estar só, na sua casa ou em outro lugar, retornar ao passado e andar anos luz ao futuro, mais forte ou mais fraco... Ou ainda, numa chance mais remota, encontrar o amor da sua vida...