Uma noite, durante o jantar, o bife escapou-se-me do prato. Ela começou seus “veja bem” e noções de polidez à mesa. Escutei-a atenciosamente e até com certa cerimônia íntima, assim como se escuta a fala de um prêmio Nobel no dia da premiação. Em seguida, ordenado por dentro e por fora, fui buscar o bife. Ela começou a rir histericamente e repetia “veja bem veja bem”, és um perfeito imbecil, um bufo, um idiota.
Dei um grande urro, como um grande animal e num salto, de muita precisão, enterrei-lhe a faca no peito.
Veja bem senhora, no que dá um autodidatismo de vida.
2 comentários:
é razoável ter sede de palavras alheias?
É!
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