Lembro-me de quando era criança e via,
como hoje não posso ver,
a manhã a raiar sobre a cidade.
Ela não raiava para mim
mas para a vida
porque então eu, (não sendo consciente)
eu era a vida.
E via a manhã e tinha alegria
Hoje vejo a manhã, tenho alegria
e fico triste.
Eu vejo como via,
mas por trás dos olhos, vejo-me vendo.
E só com isso, se obscurece o sol,
o verde das árvores é velho,
e as flores murcham antes de aparecidas.
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