quarta-feira, 20 de agosto de 2008

.Liberdade 'de que' e 'em que'?

Mas, entretanto, todavia e contudo, o sol nasce novamente esplêndido, convidando aqueles que atrevem-se a ficar minutos mais na cama para o inicio do dia. Horas passadas me indagaram, ao despertar, que deve ser impossível para qualquer ser humano, quando se espreguiça, não pensar em liberdade.

Bom, construindo esse caminho, alegando que hipoteticamente todos pensam em ser mais livres ao despertar, em um futuro próximo esse ‘todo’ viraria o tabuleiro contra os poucos que os aprisionam. Porem é só prestar mais um pouquinho de atenção para concluir que ‘nem todos pensam em liberdade ao despertar’, porque nem todos desfrutam de tempo suficiente para pensar (em qualquer coisa) mesmo que essas sejam futilidades. O sol trás consigo as rotinas já demarcadas, com poucos minutos de folga e muito trabalho pra frente.

Vendo por esses óculos a liberdade fica para uma cúpula ínfima, e, essa aprende com esse ideal elitizado a, transfigurar o valor concreto do ‘ser livre’ para dar lugar a ‘ser o melhor’. Vivemos em um mundo de melhores, um lugar onde os indivíduos são por demais despregados de todas as noções de comunidade. Vivemos vislumbrando tudo que podemos conquistar sem ter meios para chegar a esse fim. Vivemos em uma lógica mais de cabrestos do que de asas e alguns precisam de nós para dar corpo à sociedade e lucro aos dirigentes.

Sonhamos com a liberdade. Sonhamos para os outros já que esses se impossibilitam de fazê-lo. Talvez por precisar sonhar tanto (nós cientistas) dormimos muito e se esperam (de nós) conquistas que vão além dos travesseiros. Talvez em outra época, não abandonada pelos seus pensadores, os cientistas aprendam a não ficar apenas nas teorias e possam, com isso, ajudar aqueles que depositam toda sua confiança na sabedoria e na ciência.

lg

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