domingo, 7 de agosto de 2011

Ah esses anônimos!


Nada como um final de semana para terminar uma série e começar outra.


9 comentários:

Lg. disse...

Os Tudors e os Borgias, salvo alguns desvarios e pesadelos do rei e do papa, não trazem cenas tão amedrontadoras quanto à lendária luta de Merlin e Morgana. Prefiro que o destinatário das conversas malignas de Morgana não se materialize, e continue ocultado pelo vento e a neblina. Confesso que não assistirei a noite, como também confesso que esperava ansiosa a cena da retirada da excalibur. Envolvente.

Anônimo disse...

Gostou de Camelot? Permite-me deixar dois presentes de despedida?

Lg. disse...

Gostei muito. Agora que acabei os Borgias ficaria sem nada para ver, caso não tivesse indicado. Preenchi com qualidade o tempo destinado as séries. Tem cenas que dá medo. Não sou muito fã daquelas musiquinhas de suspense, neblina, lobos, ... Uma fraqueza infantil. rss Jamais recusaria um presente, ainda mais sabendo do seu bom gosto. Fico triste que possa ser de despedida. Tomara que não.

Anônimo disse...

Confesso que gosto do suspense. Mas confesso também que lembrei-me da sua “fraqueza infantil”; contudo achei que valia indicar. A despedida é um alívio para ambas, e com certeza manter-me no anonimato, embora anônima eu não seja, significa um consolo para ti. Depois de tempos, vim visitar-lhe de coração limpo, e é de coração limpo que me despeço, oferecendo-lhe Ravel e Bukowski. Hoje volto à cidade, e à realidade que lhe é particular. Ressalvo que não me agrada a tristeza presente nos dias em que aqui estive. Apesar dos olhos envolventes de Capitu, a delicadeza do seu sorriso é o que eu gostaria de ver. Um beijo.

Bolero de Maurice Ravel

http://youtu.be/VLVzvv1atwc

Conversa às Três e Meia da Madrugada, por Bukowski

às três e meia da madrugada
a porta se abre
e há passos na entrada
que trazem um corpo,
e uma batida
e você repousa a cerveja
e vai ver quem é.

com os diabos, ela diz,
você não dorme nunca?

e ela entra
com o cabelo nos rolinhos
e num robe de seda
estampado de coelho e passarinho

e ela trouxe a sua própria garrafa
à qual você gloriosamente acrescenta
2 copos;
o marido, ela diz, está na Flórida
e a irmã manda dinheiro e vestidos para ela,
e ela tem estado procurando emprego
nos últimos 32 dias.

você diz a ela
que é um cambista de jóquei e
um compositor de jazz e canções românticas,
e depois de uns dois copos
ela não se preocupa com cobrir
as pernas
com a beira do robe
que está sempre caindo.

não são pernas nada feias,
na verdade são pernas ótimas,
e logo você está beijando uma
cabeça cheia de rolinhos,

e os coelhos estão começando a
piscar, e a Flórida é longe, e ela diz
que não somos realmente estranhos
porque ela tem me visto na entrada.

e finalmente
há muito pouca coisa
para dizer.

Lg. disse...

Depois de ler a bela poesia embalo as palavras que seguem com o bolero. Muitíssimo obrigada. “Embora anônima eu não seja”, tenho certeza que não, deve ser alguém muito especial para ter gostos tão parecidos aos meus, na verdade não sei quem é, mas desconfio, e isso me palpita o coração. “Vim visitar-lhe de coração limpo” esse é o mais nobre dos sentimentos, o que por muitas vezes quis usar e sair correndo a procura de alguém que eu bem sei, mas minha vergonha e covardia me barraram. Peço desculpas pelo blog ter te desagradado, e por ter te causado tristeza quando o visitaste. Acontece que são reflexos dos dias que também não me agradam, ou agradaram. “Hoje volto à cidade”! E se essas palavras são verdadeiras “a delicadeza do seu sorriso é o que eu gostaria de ver.” Permita-me um chá, uma conversa, um acalanto que nos é devido.

Anônimo disse...

Devo entender o sumiço à minha maneira?

Lg. disse...

Não sei qual é a sua maneira. Se me explicar, digo que sim ou não. Mas, para adiantar, deve entender o sumiço como uma falta de não saber o que fazer.

Anônimo disse...

Sua desconfiança talvez seja confirmada neste comentário. Não era minha intenção, confesso. Quanto à verdade, todas as linhas expressam sinceridade e despretensão. Agradeço o "chá", a "conversa" e o "acalanto", acredito, de fato, que "nos é devido". Um fim de tarde, talvez. Nesse inverno, contudo, creio que a alma não nos está disposta. Podemos adiar para quando a primavera chegar. E espero que quando esta vier, traga-lhe as flores da alegria.

Lg. disse...

Sua desconfiança talvez seja confirmada neste comentário. Será você que ronda meus melhores sonhos e piores pesadelos? De qualquer forma, sua resposta merece lugar melhor.