sábado, 20 de agosto de 2011

.Quem sabe não fosse.

Manuelzão, segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito com um estranhado diferente, ele se debruçou e esclareceu. Ainda viu o derradeiro fiapo de água escorrer, estilar, cair degrau de altura de palmo a derradeira gota, o bilbo. E o que a tocha na mão mais alumiou: que todos tremiam mágoa nos olhos. Ainda estavam ali, sem sensatez; por fim avistaram o céu e as estrelas. O riacho se estancara, sem resto, e talvez para sempre. Secara-se a lagrimal. Era como se um menino sozinho tivesse morrido, sem parente a espreita.

ROSA, J. G. Uma estória de amor. In. Manoelzão e Miguilim. RJ: Nova Fronteira, 2001. (p.164)



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