segunda-feira, 5 de abril de 2010

.A velha casa.

Não vivia nem em palácios nem em casas proletárias, mas precisamente naqueles ninhos da pequena burguesia, decentíssimos, cheios de tédio e cuidadosamente conservados, onde há sempre um cheiro de terebintina e sabão e onde todos se sobressaltam quando alguém deixa a porta bater com força ou entra com sapatos sujos de lama. Agrada-me respirar na escada este cheiro de calma, de ordem, de limpeza, de decência e de domesticidade, o que, apesar de meu desprezo pela burguesia, tem sempre algo de comovente para mim.


HESSE, H. O lobo da estepe. RJ: Record, 2007. (p.38)

Um comentário:

Mari disse...

Gosto de você luanita e da sua intensidade, do seu jogo com as palavras e como manipula minha imaginação, gosto gosto gosto. Ia comentar no texto de cima, mas li esse e fiquei com saudade de casa.