Curva de escrever tanto meus textos turvos, sem nenhum mecenas pra me dar asas e penas, a terra intacta porque não quero as casas geminadas, meu ouro de dentro que não vale nada para os desatentos, minha palavra rara que não é amada, minha poesia que não é mais-valia, meu por fazer, meu bordel, minhas plangentes utopias, meu ser-ninguém, meus poucos vinténs, meu poço seco, meu vizinho rico.
HILST, H. Cascos & Carícias & outras Crônicas. SP: Globo, 2007. (p.247-8)
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