Aos 79 gostaria de loquear um pouco. É bom ser estranho e velho. Que menina medonha! É sua filhinha, é? E esse é seu marido? Ahhh... então é por isso! Coitaaaada! E talvez colocasse um balde na cabeça à guisa de chapéu, como aquela baronesa Elza von Fretag von Loringhoven que também enfeitava a cara com selos... e morava no mesmo bairro onde moravam Henry Miller e June. Eu andaria com o meu balde e desenharia lindas borboletas na minha cara, aqui mesmo, na minha torre de capim. E vou dizer muitas verdades a alguns, principalmente àquele meu amigo banqueiro, riquíssimo (aliás acho que vou dizer agora) a quem pedi que editasse meu livro como brinde, no seu banco, e ele disse: você é mesmo boba, Hilda, ninguém mais lê poesia... Eu disse: mas você era tão sensível e gostava tanto de poesia e é filho de um poeta... Ele: agora eu só sou sensível depois das nove da noite. E eu deveria ter dito a ele o que vou dizer agora: e se eu te chupar a bronha depois das nove da noite, te sensibiliza e você edita? Só que aos 79 ia ser melhor porque eu estaria sem dentes... Ah, banqueiros, meus amigos, caixão não tem gaveta, viu?
quinta-feira, 28 de maio de 2009
.As gavetas do inconsciente.
Lembrado por Lg. às 00:55
Assinar:
Postar comentários (Atom)
11 comentários:
Donna,se me permite uma perguntinha,entre viventes e vampiros,poetas e papiros,no sonho de quem,você vai e vem?
Viventes
Vampiros
Poetas
Papiros
Certamente no dos viventes...
De quem é a imagem?
Salvador Dali - O Contador Antropomórfico - 1936
Interessante!!
Imaginei que fosse ele!
Inconsciente, uma das minhas palavras preferidas!
E olha como nossa mente é interessante e nos prega peças!
Porque nos escondemos atrás de máscaras?
E prq tememos abrir as gavetas?
O que é proibido?
Alguém há de entender!
V:
Porque em alguns casos somos tão fracos e tão submissos que a sociedade cria o melhor desenho para o nosso rosto e aplica-o, nós apenas reproduzimos.
Aspone:
Teríamos que abrir, no caso.
Alguns nunca as abre!
E nessa reproduçao nos perdemos do essencial...
Será mesmo que nossa mente nos prega peças? Ou será o temor em abrir as gavetas que turva o discernimento?
donna, imagino que aprecie bons filmes (por hiper dedução),inclusive, admiro em demasia seu refinamento artístico, vejo essas imagens e sinto cheiro da pólenuminescência de seus pensamentos.Assista "O Espelho":cinema surrealista russo, Andrei Tarkovsky, tenho certeza que vai gostar, voltarei em breve e
interrogar-la-ei sobre tanto!!
Postar um comentário