“Como gostava de seu quarto; sentia seu cheiro de túnel quando se aproximava e estava bem, bem dentro dele enquanto entrava. Notava que antes de sair esquecera de abrir as janelas e um cheiro dela própria exalava-se de cada canto – como se voltando da rua se encontrasse em casa esperando. Abria as janelas e um ar frio de céu e de água fresca rangia límpido pelas coisas renovando-as. Hesitava um pouco tentando ligar-se às suas coisas, ver um sinal nos objetos, mas sentia logo de início que seria inútil, que ela estava liberta e de contornos calmos. Debruçava-se um instante à janela, o rosto oferecido à noite com ânsia e delícia, os olhos entrecerrados: o mundo noturno, frio, perfumado e tranqüilo era feito de suas sensações fracas e desorganizadas.”
terça-feira, 17 de junho de 2008
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Um comentário:
Quem dera ter visto clarice em um corpete de couro preto, orgasmos literários e pouquissimas discussões pós gozo, claro que devidamente instalada entre os lençois desordenados, ofegante, no canto esquerdo, em meu quarto.
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