Se naquele momento eu pudesse concretizar por encantamento um só desejo, gostaria de ver-me num gracioso salão estilo Luís XVI, onde um par de bons músicos estaria tocando para mim duas ou três peças de Händel e de Mozart. Tal era a minha disposição naquele instante e teria degustado a música como os deuses saboreiam o néctar. Oh! Se tivesse agora um amigo, sonhando à luz de uma vela, com o violino ao alcance da mão! [...] Embora não tivesse a música de câmara nem encontrasse o solitário amigo violinista, ressoava em meu interior aquela graciosa melodia e eu próprio podia executá-la para mim, trauteando-a ao rítmico compasso de minha respiração.
HESSE, H. O lobo da estepe. RJ: Record, 2007. (p.47-8)
2 comentários:
Conheço essa foto. :)
Dentre as coisas mais lindas que já conheci, eu reconheci suas cores belas e então eu me vi.
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