segunda-feira, 1 de outubro de 2012

.Felicidade é produzida assim como a realidade?



Tenho um trabalho não muito seguro. Hoje mesmo, pela manhã, desci uma rampa pra depois subir o morro. Pode se esperar de tudo, entretanto, hoje foi surpreendente. Confundi a sirene com o sinal. A gritaria com o intervalo. E as vozes de comando com a da pedagoga. Naquele momento era tudo parecido, a polícia e a escola se articulando para enquadrar mais um adolescente. Mas, em contra partida, aquele momento era tudo novo no meu mundo, vi a indelicadeza, a brutalidade e a covardia que tanto se fala e se assiste. Só torcia para que aquele não fosse um dos meus, tomara que não estivesse em nenhuma sala minha, tudo isso parecia que confortava, de alguma forma. Me excluía da necessidade do “importar-se”.  Mas era um dos meus. Fiquei irritada e comovida, atormentada e confusa, com pena e desinformada. Sem expressões evidentes. Afinal, se tratava de que? Quando fiquei sabendo fui da comoção para a cólera e da tentativa de fazer diferente para o conformismo. Algumas pessoas nos surpreendem sempre, outras, em apenas 1 minuto, nos surpreende para sempre. Virei as costas e não assisti o desfecho, fui ter diálogo com os meus, na biblioteca silenciosa. Sem ninguém. Eu, e todos aqueles conhecidos emparedados em ordem alfabética.
LG

Um comentário:

Anônimo disse...

Aqueles com os quais a convivência é mais fluída, apesar de, às vezes, mais complexa... a realidade é deveras desconcertante.