Dentro de mim, sagrado
descontentamento. Tu és minha mulher e o teu olho traduz desejo de eloqüência.
Sei que posso falar a noite inteira e esvaziar teus eternos conceitos, sei tudo
o que tu és, veludosa e decente, redondez, faminta do meu gesto, sei, que vais
dizer que se mudo de casa mudo de natureza, e que é inútil querer o real do meu
espaço de dentro, sei que vais dizer que eu, homem político, devo permanecer
junto aos homens, abrir e fechar constantemente as mandíbulas, SEI QUASE TUDO
DE TI, DE MIM SEI NADA, sei muito dessa palha que se chama aparência, sei nada
dessa esquiva coisa entranhada no meu ser de dentro.
HH. Rútilos. p.15
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