E na mesa do meu quarto sou menos reles, empregado e anônimo, escrevo palavras como a salvação da alma [...] anel de renúncia em meu dedo, jóia acadêmica parada do meu desdém. A glória de ser grande não sendo nada! Mas o contraste não me esmaga – liberta-me, que desfraldo; e o riso, como quem deveria rir de mim, é um clarim, misto de uma alvorada em que me faço.
PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego. SP: Brasiliense, 1989. (p.46)
Nenhum comentário:
Postar um comentário