quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

.Desprezo era tudo o que eu sentia, nada mais, até a figura já me era estranha.



Colou-se minha sombra às minhas costas: - Que bagagem, senhora. O nada navegando à tua porta. Pergunto-lhe por que me faz a mim tão perseguida, se essa de nome esdrúxulo aqui mais não mora. E o que quer e pensa? Devo voltar à luz que me pensou de poeira e começos? Devo voltar ao barro e às mãos de vidro que fragilizadas me pesaram? Devo pensar o louco (a minha sombra). À luz das emboscadas? - Os girassóis? Ah, teu esquecido sol. Uma mesa de águas? Que volúpia, que máscara e que ambíguo deleite para a voracidade de tua alma.

HILST, H. DO DESEJO. São Paulo: Globo, 2008. (p.71)

5 comentários:

Lg. disse...

O dia nos reserva surpresas. Acabei de chegar ao trabalho e fui surpreendida por um amigo com um presente mais do que agradável, um livro escrito por ele mesmo, de título sugestivo. Lerei com toda atenção.

Anônimo disse...

Não sei porque eu não tenho amigos inteligentes que me dão vinhos e rosas e coisas enigmaticas...........deve ser porque eu não sou tão inteligente assim como vc.

Lg. disse...

CG você está por ai?

Anônimo disse...

http://sobsuspeitas.blogspot.com/2010/04/blog-post_22.html

CG disse...

Estou aqui. Sempre lendo... É impossível parar!