sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

.Sou minha cara contra o vento, a contravento, e sou vento que bate em minha cara.

Certa manhã, ganhamos de presente um coelhinho das Índias. Chegou em casa numa gaiola. Ao meio-dia, abri a porta da gaiola. Voltei para casa ao anoitecer e o encontrei tal e qual o havia deixado: gaiola adentro, grudado nas barras, tremendo por causa do susto da liberdade.


2 comentários:

Galeano disse...

"Júlio César Puppo, conhecido como Lenhador, e Alfredo Gravina se encontraram ao anoitecer, num café do bairro de Villa Dolores. Assim, por acaso, descobriram que eram vizinhos:
-Tão pertinho, e sem saber.
Ofereceram-se uma bebida, e outra.
-Você está muito bem.
-Qual o quê...
E passaram umas poucas horas e uns muitos copos falando do tempo enlouquecido e de como a vida andava custando os olhos da cara, dos amigos perdidos e dos lugares que já não são, memórias dos anos moços:
-Você lembra?
-E se lembro...
Quando finalmente o café fechou, Gravina acompanhou o Lenhador até a porta de sua casa. Mas depois o Lenhador quis retribuir:
-Te acompanho.
-Ora, não se incomode.
-Mas se é um prazer...
E nesse vaivém passaram a noite inteira. Às vezes paravam, por causa de alguma recordação súbita ou porque a estabilidade deixava muito a desejar, mas em seguida continuavam na ida e volta de esquina a esquina, da casa de um à casa do outro, de uma porta à outra, como que trazidos e levados por um pêndulo invisível, acarinhando-se sem dizer nada e abraçando-se sem se tocar."

Isaac disse...

Por mais que caia como uma luva em algumas partes, chegaram primeiro ...