quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

.Um papelão na rede.

Sobem-me as águas. Sobem-te as fúrias. Fartas me sobem dor e palavras. De vidro, nozes, de vinhas, me sobem dores tão tardas, tão crescentes. Por que te fazes antigo, se nunca te demoraste na terra que preparei, nem nas calçadas da casa? Me vês e me pensas caça? Ai, não. Não me pensas. Eu sim, nas noites, que caminhadas. Que sangramento de passos. Que cegueira pretendendo seguir teu próprio cansaço. Olha-me a mim. Antes que eu morra de águas, aguada do que inventei.

HILST, H. Poemas Malditos, Gozosos e Devotos. SP: Globo, 2005 (p.39)

14 comentários:

Anônimo disse...

Não deveria ter deixado elas voltarem ...

Lg. disse...

...também penso que não.

Anônimo disse...

Se pensa assim, pq o fez?
Pq faz tanta coisa que não quer?
Pensei que eu tinha a mania de afastar os outros ...

Lg. disse...

Ninguém tem essa mania de afastar os outros, mesmo sendo anônimo pra mim creio que não tenha. Ninguém afasta alguém por conveniência, e se o faz sofre, disso eu tenho certeza.

Anônimo disse...

Não se trata de conveniência e sim de maus hábitos. Se tem tanta certeza que se sofre nesses casos, já passou por isso? Não pode ficar apenas divagando, sendo uma cientista.

Lg. disse...

Sim, maus hábitos, é uma verdade. Coisa que deve ser trabalhada para não ser repetida. Já errei muito, erro muito, depois me arrependo e (des)arrependo com o tempo. Esse caminho todo (de se descobrir você) é quase sempre muito penoso. Geralmente temos que descobrir a fórmula sozinhos, ou talvez pensar assim revele mais um mau hábito. O divagar também é outra coisa cara, e não é mau que padece só os cientistas. (Diálogo bom, quase uma análise sem precisar pagar depois, se vai se estender vou passar um café! Vai?)

Anônimo disse...

Realmente, tem me parecido muito volátil ultimamente.


Nunca depende de mim, Luana. Talvez queira parar enquanto ele está bom. Mas café, nesse frio, nunca é um problema.

Lg. disse...

Tenho parecido muito volátil? Isso tem tantas dimensões, mas eu vou recortar aquela que imagino ser. Essa é uma aparência errada, não sou volátil. Por que haveria de parar um diálogo que está bom?

Anônimo disse...

De inconstante. Se não o é, ultimamente tem sido, ou demonstrado ser, pelo menos.

Tudo tem sua validade para expirar, até a parte boa de um diálogo. Um dia a gente continua, pessoalmente. Já que dialogar é diferente de conversar e já fazem uns meses que a gente só conversa.

Lg. disse...

Realmente, tudo tem sua validade. conversar? só o sufiente! o necessário! o indispensável. Um dia a gente continua, não diria isso, jamais. Passe bem.

Anônimo disse...

Sempre tentando manter o maior número de opções possível. Porque esse é o mecanismo ...

novo-cristão disse...

Não deveria responder, mas ... ingenuidade. Um dos meus defeitos, aparentemente. 2x0

Unknown disse...

Como éramos ácidos. Deve ser a juventude.

Gostei do café, dos diálogos e das conversas.
Beijo

Lg. disse...

éramos. eu sofri esse afastamento, talvez coisas suas e minhas.
Ainda precisamos do verbo no passado?
beijo