Queria que o mundo fosse mais justo
Porém, avarento de nascença, fui o primeiro a esconder o sol na palma da
mão, antes que o vizinho o fizesse.
E mesquinho por vocação escondi as noites com lua
Para que os poetas não a cortejassem.
Queria ter dito mais besteiras,
Porém fui desses idiotas amantes das proparoxítonas
E sujeito oculto nos bate-papos de botecos de esquinas,
Onde a vida não acontece por decreto.
Queria ter colhido mais flores,
Porém o medo de espinhos afugentou a primavera.
E outono que sempre fui,
plantei inverno quando a terra pedia verão.
Um comentário:
Adorei, muito.
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