terça-feira, 4 de setembro de 2012

.Da depressão depreciada. Part.infinita.



Os olhos carregam a marca do tempo, como janelas saudosas. Nada comparado às mãos que denunciam a brutalidade cronológica, com suas pintas desenhadas e sua elegância. Mãos sempre triunfam. Adquirem vida própria e definem as expressões. Mais que os olhos? Não mais. Apenas o suficiente para garantir a atenção deles. E os cabelos? Examino seus abundantes cabelos, antes tão pretos, agora tão sobreviventes. Talvez também se reiventaram para caber em ti. Quando se percebe, chora! Fica aquela lágrima boiando cheia de sal. Chora a realidade ou o passado? A fotografia cria vida ou mata? Dá esperança ou destrói? Suas mãos e seus cabelos perdido no tempo, e reiventado décadas depois, te causará que sentimento? Não poderia apenas ver a fotografia sem pensar nisso tudo? A fotografia é tão poética e perigosa quanto às frases que tentamos construir. A grande poesia dos olhos.
LG

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