quinta-feira, 22 de setembro de 2011

.Tentou interromper meu ócio criativo ao nascer do sol, em vão.

Foi o que ela fez todas as manhãs esperando a carta que viria de longe, adiantava-se tanto que recebia lá da esquina a frase do carteiro: hoje não tem nada senhora, se tivesse teria o prazer imenso de me livrar disso. Seguia para o trabalho como o de habitual, e não haveria de ser diferente, as pessoas reproduzem insignificâncias. Não receber era o mesmo de não se dispor, de não ligar, de não estar ali. Não receber era um acúmulo de guardados.

LG

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu gosto da sua intensidade.

Gio. disse...

"É curioso, benzinho, não engraçado". Não virão cartas de longe, nem ao menos de perto. Pensando bem, virão muitas cartas sim. Curioso, não!? Não que seja bom ou ruim. Apenas, curioso. Eu, contudo, não lhe enviarei cartas, nem flores, nem chocolates. Essa de enviar coisas soa engraçado. Não, não é engraçado, é apenas curioso. Engraçado é o seu sorriso pela manhã! Sim! Ele tem graça, tem carinho e tem amor. Deixo as encomendas para aqueles que não compartilham da sua presença diária. A mim me resta despertar sua felicidade, e arrancar o seu sorriso, engraçado. O amor é curioso, mas tem muita graça. Ah! Se tem.

Anônimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=HE9_RcvcYBg
7'18''

Parede, C. disse...

É seu lugar ideal?

Lg. disse...

Para um encontro? Não! Biblioteca já está mais associada a trabalho. Eventualmente seria interessante, mas não é o lugar ideal.

Danielly disse...

“As pessoas reproduzem insignificâncias” que não se cansam de alicerçar toda uma vida e de potencializar cada discurso sujo, torpe e irrequieto que não é capaz de se conter e se extravasa pelas frestas que a palavra não sufocou. Insignificâncias estas que acabaram por tomar conta e expulsaram a relevância do seu lugar privilegiado.

"Não receber era um acúmulo de guardados"...

Adorei este fragmento.