Estou tonta. De tontear novamente. Escrever igual a esse Rosa, nunca jamais. Não é só o nosso maior escritor de todos os tempos. É o próprio tempo - vida mineira presente, passada, vida mais do que narrada, vida vivida posta em letra de forma. Ainda hoje sua leitura me tonteia e quando o leio, sinto, de novo, aquela vontade de esbravejar em cima de tudo. Esqueço de mim. Eu me pergunto, já complexada: por que ainda escrever depois dele?Escrevo, porque necessito, sabendo que meus são outros caminhos, pobres recursos. A literatura de um país não pode ser só feita de gênios. Assim ninguém agüentava.
"Toda leitura serve de contentamento"
“- Miguilim, você tem medo de morrer?
- Demais...Dito, eu tenho um medo, mas só se fosse sozinho. Queria a gente todos morresse juntos...
- Eu tenho. Não queria ir para o céu menino pequeno.
Faziam uma pausa, só do tamanho de um respirar. [...]
- Dorme, Miguilim. Se você ficar imaginando assim, você sonha pesadelo...
- Dito, vamos ficar nós dois, sempre um junto com o outro, mesmo quando a gente crescer, toda a vida?
- Pois vamos.
- Dito, amanhã eu te ensino a armar urupuca.”
2 comentários:
Essa novela toda me dói, miguilim tadinho, tão franzino, pequeno, mal-cuidado, uma pena.
"Aquela miopia de Miguilim foi minha. Escrevi aquela novela, em quinze dias, em lágrimas. Chorava muito enquanto a escrevia. Lágrimas sentidas, grossas, descidas do fundo do coração."
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