quinta-feira, 22 de outubro de 2009

.Guimarães Rosa. Amém.

Estou tonta. De tontear novamente. Escrever igual a esse Rosa, nunca jamais. Não é só o nosso maior escritor de todos os tempos. É o próprio tempo - vida mineira presente, passada, vida mais do que narrada, vida vivida posta em letra de forma. Ainda hoje sua leitura me tonteia e quando o leio, sinto, de novo, aquela vontade de esbravejar em cima de tudo. Esqueço de mim. Eu me pergunto, já complexada: por que ainda escrever depois dele?Escrevo, porque necessito, sabendo que meus são outros caminhos, pobres recursos. A literatura de um país não pode ser só feita de gênios. Assim ninguém agüentava.

"Toda leitura serve de contentamento"

“- Miguilim, você tem medo de morrer?

- Demais...Dito, eu tenho um medo, mas só se fosse sozinho. Queria a gente todos morresse juntos...

- Eu tenho. Não queria ir para o céu menino pequeno.

Faziam uma pausa, só do tamanho de um respirar. [...]

- Dorme, Miguilim. Se você ficar imaginando assim, você sonha pesadelo...

- Dito, vamos ficar nós dois, sempre um junto com o outro, mesmo quando a gente crescer, toda a vida?

- Pois vamos.

- Dito, amanhã eu te ensino a armar urupuca.”

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa novela toda me dói, miguilim tadinho, tão franzino, pequeno, mal-cuidado, uma pena.

Lg. disse...

"Aquela miopia de Miguilim foi minha. Escrevi aquela novela, em quinze dias, em lágrimas. Chorava muito enquanto a escrevia. Lágrimas sentidas, grossas, descidas do fundo do coração."