quarta-feira, 24 de setembro de 2008

.Eu e Tu.

Caro Nietzsche mandaram eu parar de lê-lo, logo agora que aprendi a escrever seu nome (e que os russos fritem no inferno) caramba de idioma complicado, ha um dia atrás ainda consultava na capa do livro já surrado (falar que o livro está surrado da status, porque parece que você já consultou ele várias vezes, ou adquiriu-o de um ancião que tinha a primeira ou no máximo a segunda edição) enfim, sem parêntese gigantesco, estava na parte que o livro era “surrado” não é leitor, quero abrir um outro parêntese, com sua licença (quando era mais jovem ‘já gostava de Machado de Assis’ perguntei a uma professora ‘que hoje é minha amiga’ se eu poderia usar a técnica do ‘eu e tu’ nas minhas crônicas, a professora disse, Não, Não pode! Eu muito insistente ‘desde pequena’ disse, mas professora Machado de Assis usa a técnica do ‘eu e tu’ para dialogar com o leitor, porque eu não posso, e ela com aquele ar de professora ‘que particularmente eu adoro’ disse: querida, você não é Machado de Assis) encantadora não é mesmo. Viu só Nietzsche como as pessoas sofrem, como as pessoas precisam morrer para conseguir tornar eterno um termo ou uma especificidade lingüística, mas aqui estou eu viva e dialogando com você, isso é ‘eu e tu’ não é mestre? Tenho certeza que sim. Aproveito a minha ousadia em dialogar com o criador do “super-homem” e aproveitando mais ainda vou contar outra historinha. Essa é mais vergonhosa que a patada da professora. Estava contando-lhe sobre Machado de Assis, pois bem, vieram uns gringos visitar o meu querido Brasil, e esses, como poucos, não vieram para se deitar com morenas ‘abundantes – abundadas’ cheias de serpentina, vieram para colher dados sobre as obras de Machado, assim que colheram todos os materiais salpicados em diversas universidades públicas os gringos resolveram ir ao túmulo do Assis para tirar uma foto (que não era para ser fantasmagórica não) apenas queriam guardar uma recordação ‘viva – morta’ do escritor. Então seguiram acompanhados do prefeito de São Carlos da época (São Carlos Nietzsche é uma cidade aqui do nosso imenso Brasil, o Brasil é quase tão grande quanto seu bigode). Foram acompanhados do prefeito que dizia saber tudo de Machado aos gringos (e como gringo mexe com as autoridades né, assustador) por fim chegaram ao cemitério e procura de cá procura de lá cadê os restos mortais do gênio da literatura brasileira, nada de achar, indagam ao prefeito, where is the dead? Todos se inquietam e aquele embaraçar de idiomas começa a incomodar até que um dos gringos tem uma idéia (gringo adora ter idéia antes de brasileiros, isso também é assustador) vamos olhar no caderno de notas do cemitério, procuramos o número da cova e seguimos direto para lá. Os gringos fotografaram o prefeito, agora já desmascarado, pois nada sabia de Machado de Assis, procurando o nome dele entre a letra M, com o dedo indicador no livro...tiveram tempo de fotografar em muitos ângulos. Foi quando um dos gringos disse: caro prefeito tínhamos tempo de sobra e gostamos muito da companhia do senhor, por isso não falamos antes que o nome de seu escritor preferido é Joaquim Maria Machado de Assis, poderia o senhor procurar na letra J? Vergonhoso né Nietzsche, aconteceu aqui no Brasil e eu fiquei sabendo, ai quis contar para você, já que você me conta tantas coisas.

LG

13 comentários:

Anônimo disse...

É menininha você vai mostrar para muita gente porque veio fazer esse curso e qual será o resultado dele na sua vida. Não arriscaria fazer um texto tão cheio de dados e tão bem humorado como você faz. É tão gostoso te ler, que professora boba é essa, você não é Machado mais será algo bem diferente e competente. Adorei o tipo de linguagem e os parênteses quase sempre fazem nós rir de uma ironia pingada a conta gotas. Essa estória é verdade? Queria ver essa foto hehehehe, lá para os americanos devem circular com o titulo: a ignorância brasileira, vamos dominá-los! Ra Ra Ra maquiavélico.

Anônimo disse...

Yes nós somos bárbaros, nosso prefeitos são bárbaros, corja de subdesenvolvidos sem cultura. Lu o texto está digno de um novo artigo eu de você ficava lá no jornal :P injetando coisas boas.

Anônimo disse...

Já li uma vez e vou ler de novo, eu entro no blog todos os dias, já virou pílula, com um gosto melhor é claro, mas quando o texto é seu o coração bate mais forte. Da licença que vou ler de novo.

Anônimo disse...

Eu sou tudo isso que está escrito, sou desatento, poderia ser o prefeito mais nunca poderia ser o gringo, eu poderia ter sido vc querendo usar uma técnica no Assis e porque não,

Anônimo disse...

Que perfeiiito adorei isso "o Brasil é quase tão grande quanto seu bigode" heheheheheheheheh

Anônimo disse...

Eu, Tu, Eles e Nós!!

Adorei seu empolgado e engajado diálogo com Nietzsche. O que me despertou mais interesse foi o fato de que o “Eu” e o “Tu”, articulados estrategicamente por você, originou uma apresentação detalhada dos “Eles” e dos “Nós” no diálogo. Lembrei que sempre nos diálogos (Eu e Tu) os “Eles” e os “Nós” estão sempre presentes. E como estão presentes!

“Vergonhoso né Nietzsche, aconteceu aqui no Brasil e eu fiquei sabendo, ai quis contar para você, já que você me conta tantas coisas.” L.G.

Como se “Eu” e “Tu” se fundamentasse nos “Eles” e nos “Nós”. Interessante, não?

Anônimo disse...

fantastico.
o que masi mesmo eu diria...?!

Anônimo disse...

Adooooro Nietzsche!!!
E adorei sua professora,
"...querida, você não é Machado de Assis!" rssss...
Maravilhoso o texto viu...
Parabéns!

Anônimo disse...

Gostei dessa crítica em especial:
Viu só Nietzsche como as pessoas sofrem, como as pessoas precisam morrer para conseguir tornar eterno um termo ou uma especificidade lingüística. Por que será que o valor aos mortos é maior que aos vivos vai saber.

Anônimo disse...

Quando a citação não é sua eu quase sempre tento interpretar o que você quis passar, e algumas eu até anoto na minha agenda. Esse blog me faz muito bem, brigada lu.

Aspone disse...

Já sou teu fã, vc já sabe.
Primeira coisa, mto legal vc usar a técnica do Machado, aparentemente vc é uma pessoa ousada e confiante.
E isso que sua amiga professora fez com vc, pelo visto vc superou tranquilamente, bom, prq atitude dela foi um pouco feia.
E o nosso amigo Nietzsche (certo só pra te agrada, mas no meu blog continua abrasileirado, prq ele é um dos meus personagens preferidos em uns textos mais antigos), tenho adimiração por ele, mas é um cara que eu preferi não falar muito, assim, escrevendo. Sei lá prq, não quero ser mal julgado por falar besteira.
E tenho mais coisas pra falar, mas vou falar lá no primeiro post e vc vai ler aquele antes desse provavelmente.

Bjos

.em transe. disse...

é permitido ficar sem ar. se não for, permito-me.

Anônimo disse...

Viva eu! que ainda estou viva. E agora acabei.