Tive as cultas refinadas e originais também. Mas que mão de obra, meu pai! Uma delas é inesquecível. Josete. Inesquecível por vários motivos. Mas principalmente pelo gosto exótico na comida e no sexo. Ela adorava tordos com aspargos. E pastelões de ostras. Era preciso que eu telefonasse uma semana antes para os maîtres dos tais restaurantes. Tordo?! Nunca sabiam se era um pássaro ou um peixe. Eu imagino hoje que ela sempre acabava comendo um sabiá. Com aspargos. O pastelão de ostras era mais fácil. Mas os vinhos para acompanhar aquilo tudo! Josete entendia de vinhos como se tivesse nascido embaixo duma parreira de Avignon. Depois desse inferno todo, ainda tínhamos que dançar, porque é delicioso dançar com você amor, se você tivesse mais tempo...
and a circle of lady golfers about him.
2 comentários:
Pensei: é agora que ela vai se levantar e esparramar os livros do nojento aqui na cama. E adeus mesmo, vou inventar uma súbita náusea e me mando. Surprise! Ah, como a vida me encheu de surpresas!
O fragmento é da querida Hilda Hilst, tirado do livro ‘contos d'escárnio’, que a meu ver é fabuloso...o texto todo é muito bom, porém, é picante e inapropriado, não que eu ache algumas coisas mais apropriadas que outras, quem sou eu para, mas...para aqueles que tiverem curiosidade é só colar uma frase do trecho no Google e se aventurar... bon appétit.
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