Um dos primeiros requisitos para que o homem seja apto a lidar com ferro fundido como ocupação regular é que ele seja tão estúpido e fleumático que mais se assemelha, no seu quadro mental, a um boi [...] O Operário que é mais adequado para o carregamento de lingotes é incapaz de entender a real ciência que regula a execução desse trabalho. Ele é tão estúpido, que a palavra “percentagem” não tem qualquer significado para ele.
Muito bonito.
F. W. Taylor, Scientific management [Ed. Brasileira.: Princípios de administração científica, SP, Atlas, 1990]
2 comentários:
Só para comentar que eu havia encontrado uma foto de um ruminante mascando capim o que me pareceu muito semelhante à figura de Taylor nessa citação, porém, pensei que o blog ficaria muito zoo, já que temos nosso amiguinho primata (simpaticíssimo) ali abaixo. De que a foto de um bovino cairia como uma luva eu não tenho dúvida.
Faz parte da ideologia dominante deixar claro que quem trabalha não pode compreender o seu trabalho. Isso desqualificaria qualquer tentativa de auto-gestão, seja anarquista, seja comunista.
O impírico mostra que não poderiam estar mais errados.
Exemplo micro: meu tio, caminhoneiro, uma vez me narrou sobre um dono de posto de combustível que foi fazer moral com o caminhonheiro que acabara de estacionar para abastecer. Tomou a vez do frentista, pegou a bomba e todo orgulhoso, enxeu o tanque do caminhão. Então o cliente veio, furioso, chamando-o de asno, por ter abastecido com gasolina - já que todo caminhão usa ÓLEO DIESEL. Suponho que o asno merece ouvir desculpas do furioso caminhoneiro.
Exemplo macro: desde a década de 50 ou 60, as grandes empresas usam "caixas de sugestões". Souberam que, quem realmente entende do chão da fábrica é o operário.
Uma pena que o operário ainda não percebeu isso, e se suas sugestões da famigerada caixinha podem sair idéias de otimização de produção que podem custar o emprego de seu companheiro e até o seu próprio.
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