sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Vinicius de Moraes


Amo-te os braços juvenis que abraçam

Confiantes meu criminoso desvario

E as desveladas mãos, as mãos multiplicantes

Que em cardume acompanham o meu nadar sombrio.


Amo-te o colo pleno, onda de pluma e âmbar

Onda lenta e sozinha onde se exaure o mar

E onde é bom mergulhar até romper-me o sangue

E me afogar de amor e chorar e chorar.


Amo-te os grandes olhos sobre-humanos

Nos quais, mergulhador, sondo a escura voragem

Na ânsia de descobrir, nos mais fundos arcanos

Sob o oceano, oceanos; e além, a minha imagem.

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