sábado, 10 de outubro de 2009

.Desabafo.

Não tardaria o tempo que correríamos risco em nossas próprias casas, nos nossos portões, nas garagens e no final de um divertimento. Não tardaria o dia que descobriríamos o erro da distribuição de renda, o pauperismo de alguns e a necessidade que esses possuem de encontrar meios alternativos. A necessidade do garoto em comprar um tênis que está em evidência, do menino em comprar sua droga casual, enfim, muitas vontades materiais que para alguns, de classe média, não existe maiores problemas em adquirir.

Acontece que revisamos “forçadamente” alguns conceitos. Depois que enfrentamos a primeira abordagem: “Presta atenção que isso é um assalto” acabamos desenvolvendo algumas habilidades. Tiramos cópia do RG e autenticamos, deixamos o CPF em casa e só levamos esse no caso de precisar para alguma compra, anotamos a agenda do celular em cadernos, pois esse aparelho é o primeiro que vai, e no dia seguinte vamos a uma loja de nossa operadora e compramos um “CHIP virgem” para resgatar nosso velho número.

E assim amanhece outro dia, vai chegando à noite, você coloca uns trocados na bolsa para os meninos que cuida dos carros (que nunca estão lá quando você vai embora) e uma nota pequena no bolso caso alguém te aborde e você precise usar o famoso: “Só sobrou isso”. Infelizmente essa história poderia ser contada por um cidadão da grande São Paulo ou um Carioca, mas não, quem voz escreve é uma londrinense moradora de uma iluminada e conhecida rua da nossa cidade, palco de um desses: “Passa as coisas logo, vamos”!

Dizem que o primeiro assalto nós nunca esquecemos, entretanto poderíamos usar isso para cobrar medidas mais abrangentes no tocante a essa população que necessita e encontra no roubo uma saída. Podemos de imediato ficar com raiva no menino, do moleque ou do indivíduo que nos roubou, mas depois é fundamental que façamos o exercício mental na busca pelos verdadeiros culpados de tal sistema extremamente excludente como o nosso.

LG

2 comentários:

Lg. disse...

PS: Não estou tirando a culpa do indivíduo, só não o vejo como fato isolado, alguém que merece "pagar o pato da situação".

Anônimo disse...

Gostei de ver seu texto novamente no jornal, combina tanto com o estilo.