sexta-feira, 13 de março de 2009

.Prioridade para o sonho distante.

Vivemos em um país de imensa desigualdade social, quando o assunto é educação nos deparamos com um quadro preocupante, uma verdadeira guerra entre as empresas privadas que prestam tal serviço e uma total falência dos órgãos públicos frente à escola de qualidade, ainda é necessário contextualizar o que seria qualidade, mas seguiremos em frente. Os detentores de melhores condições financeiras optam pelas empresas privadas e por toda estrutura e metodologia de ensino, voltada para a competição, tais escolas adotam conduta de verdadeiros centros de formação pré-vestibular, onde o essencial são resultados e aprovações em universidades públicas.

Analisando a equação, os alunos que passam pelo melhor ensino, cursando uma escola privada, buscam uma universidade pública, e para onde vão os alunos que por falta de opção dependiam da escola pública e, por conseguinte, também dependerão da universidade pública?

Segundo o texto de Clarice Seixas Duarte - A educação como um direito fundamental de natureza social – a educação que deveria ser tratada como prioridade pelo governo, ofertando uma escola de qualidade, está longe de se tornar realidade. Segundo a autora devemos nos indagar com algumas questões: “O que pode ser exigido do Estado para a satisfação coletiva? Quem são os titulares do direito a educação? Há mecanismos jurídicos que podem ser acionados em caso de sua oferta ser irregular ou insuficiente?”.

Perante essas questões, o papel do cidadão frente ao seu ‘estado de direito’ seria, em primeiro momento, reconhecer que é fundamental exigir do Estado e do poder público que esses satisfaçam todas as necessidades no âmbito da educação. Valendo-se de ofertar ensino “gratuito”, que possibilite a redução da desigualdade social, a sociedade brasileira, democrática, tem o dever de garantir a todos, sem restrição, direitos econômicos, sociais e culturais, a fim de, “corrigir as desigualdades das sociedades de classe”.


Na verdade, a escola dita “gratuita”, acessível a todos, baseia-se no pressuposto de que todos já estão pagando, proporcionalmente, via Estado, para o bem de todos e de cada um. Cada cidadão deve merecer a redistribuição constante e sistemática do bem público. (Bosi, 1992: 217).


Por fim, se a reforma na educação pública está longe de se tornar realidade e se o Estado não dispõe de condições imediatas para efetivar uma mudança no ensino, há de fazer uso de todos os recursos disponíveis para começar agir contra o processo que se instaurou na sociedade, estamos diante de professores insatisfeitos, alunos desmotivados e de uma geral insatisfação e descrédito sobre a educação. A educação, e só ela, é capaz de capacitar os indivíduos, favorecerer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todos os grupos raciais, étnicos e religiosos.


Luana Garcia.

3 comentários:

felipesfr disse...

muito bom o texto...
fico lendo e me veio uma palavra na mente:

alienação!

Nossa, que radical, podem pensar! Mas, o que vemos em nossa sociedade a não ser isso? De fato, talvez o governo não tenha possibilidade de agir na restruturação na educação, no entanto isso não impede formas de intervenção que visem nada menos que solidificação de exemplo.

Não me lembro o autor, mas ele afirma que quando uma sociedade, tem seus lideres, governantes ou de outro forma, quando as regras são ignoradas, o que se torna solido será somente o caos. chamaria esse caos de alienação... falta de exemplo, falta de integridade!
No fim, tudo está interligado...

eu concordo contigo, seu texto, de grande riquesa para apodeiramento de tantos individuos de nossa sociedade.

parábens

Lg. disse...

Acredito que faltou algumas coisas para serem ditas. Apontei aqui a classe alta e a pobre (as que desconhecem os direitos)...mas vejo que o grande problema está na classe média, a que detêm as informações, necessita da educação pública, mas na hora que podem, se tem um dinheirinho sobrando tiram seus filhos das escolas públicas, viram as costas para o social e seguem, pagando com sofrimento a escola particular, sem poder comprar aquele tênis que o filho tanto vai querer quando ver nos pés dos amigos abastados...é deprimente.

felipesfr disse...

"o que se percebe é que a educação é uma das tantas falhas que o brasil possui, de todas elas, educação influencia totalmente a formação critica de um sujeito... enfim.. todo o descredito com o governo meio que tornou a sociedade brasileira um lugar a onde não existe coesão, simplesmente há o jeitinho de se virar"